sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Viver Por Viver




Sempre que acordo costumo olhar meu rosto no espelho, só pra ter certeza se continuo a mesma, mas hoje quando levantei fui olhar-me, foi estranho porque eu não conseguir ver meu rosto, sabia que estava ali de pé em frente ao espelho, mas porque não conseguia me ver? Fiquei um pouco assustada, virei para o lado onde estava minha cama, que loucura! lá estava eu dormindo, como alguem muito cansado que se deixa dominar pelo sono, fiquei olhando, meu corpo estava lá parado, foi então que percebi, meu espirito estava observando meu corpo dormir, meu espirito e meu corpo estavam em confronto, não conseguia andar lado a lado, percebi também que tudo isso era resultado de um erro, um unico erro, mas talvez o mais grave, o mais dificil, errei quando esqueci de mim, quando deixei que o mundo me dominasse, quando decidir viver para agradar outros, quando deixei de valorizar a mim mesma,quando esquecir o que é viver e acima de tudo quando deixei meu espirito longe de Deus, quando eu falo que é um unico erro é porque todos estão dentro de um, Parei de viver e passei a sobrevir! esse foi o meu maior erro! viver por sobreviver!Não deixeis que tua vida se transforme em uma luta por realizações, viva por querer, viva por amar viver, viva por viver, viva porque vai morrer, e morra por viver!


By: Carina Menez

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Metamorfose

Era meia noite, o sol ainda brilhava no horizonte, quando um jovem velho chamado José com o nome de João deitou sentado em um banco de madeira feito de pedra, fechou os olhos e começou a olhar ao seu redor, muito atento mais distraído observou que: O mundo não era mais o mesmo e a paisagem ao seu redor sofrera constantes modificações; a árvore que tava ali virou cama e mesa da casa do André, cadeira e jornal pro José, as pedras sumiram, o rio que corta a cidade virou esgoto a céu aberto e no momento lhe causava profunda repugnância olfativa. A seringueira perdida no meio da cidade transformou-se em pneu no carro do Antonio e chinelo para o filho de Sebastião. A castanheira que tava no jardim da praça vai ali ao chocolate que o filho da Maria vai comendo. O jacaré que tomava banho de sol no rio que virou esgoto agora é aquela bolsa que vai aos ombros da Joana. As ovelhas que de vez em quando atrapalhavam o trânsito da cidade vão ali ó escondendo a nudez da Fernanda. A cobra virou cinto, a floresta virou pasto, os perfumes das flores agora estão nos sabonetes, nos desodorantes... Na montanha que tinha ali agora passa um viaduto. E o sol que se punha por detrás da montanha? Continua se pondo, só que agora por detrás do viaduto e acompanhado de uma garoa, como se a natureza estivesse chorando! Chorando por quê? Chorando pelo por do sol a meia noite, pelo jovem que ficou velho, pelo banco de madeira feito de pedra, pela árvore que se transformou, pelo rio importante, pelo jacaré que morreu, pela cobra que faleceu, pelo rebanho que desapareceu, pelo pneu do carro do Antonio que ficou careca e lhe causou um acidente, pelo prego que entrou no pé do filho de Sebastião que usava o chinelo de borracha da seringueira perdida no meio da cidade...


By: Carina Menezes